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Terça, 10 Outubro 2017 05:12

Lançado o programa “Caminhos do Afeto”

“Procurando o bem dos outros, encontramos o nosso” Platão

O programa “Caminhos do Afeto – Construindo uma nova história” que visa promover, através do apadrinhamento afetivo, a convivência familiar e comunitária para crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional com possibilidades de reintegração familiar ou de adoção foi lançado na manhã de quinta-feira (05/10), na sala do júri no Fórum de Bebedouro. 

Para ser padrinho ou madrinha é preciso ser residente em Bebedouro, ter idade mínima de 21 anos ou ter 16 anos a mais que o apadrinhado, não esteja inscrito em cadastro para adoção e tenha disponibilidade para participar de todos os procedimentos de avaliação e acompanhamento das equipes técnicas da casa de acolhimento e Ministério Público. Para se inscrever, o interessado deve solicitar a documentação no setor técnico do Fórum e através do e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. – posteriormente é feita avaliação social e psicológica com emissão de parecer, ficando a decisão final a cargo do juiz da Vara da Infância e Adolescência.   

A semente para o projeto nasceu, em junho deste ano, de uma parceria entre Vara da Infância, Ministério Público, Casa de Santa Clara, Casa de Santo Expedito e Rede Criança e Adolescente, durante audiências concentradas presidida pelo juiz Joaquim Augusto Simões Freitas, na época à frente da Vara da Infância. “A institucionalização em si causa prejuízo às crianças e sem dúvida teremos um adolescente com limitações e mesmo o adolescente ao final do abrigamento, que não pode superar os 18 anos, sai sem uma base, sem um alicerce para dar seguimento à vida adulta. Este projeto é um referencial, uma socialização para a vida adulta e construção de alicerce para ser um adulto feliz, produtivo”, acredita. 

Cabe ao padrinho ou madrinha doar um pouco de seu tempo em finais de semana, feriados e férias à criança ou ao adolescente. O apadrinhamento é um exercício de afeto, a ideia é criar um vínculo fora da instituição de abrigo, no qual os padrinhos possam apoiar orientar, assistir, acompanhar e apoiar o desenvolvimento do menor, contribuindo para sua vida adulta, sem que isso signifique adoção. 

“O programa tem apoio do setor técnica (TJ de Bebedouro) e toda rede protetiva da infância e juventude da cidade, é apoiado pelo Tribunal de Justiça, já foi regulamentado por provimentos da corregedoria do Tribunal. O programa visa aproximar aquelas crianças e adolescentes que estão acolhidos em abrigos com padrinhos, pessoas da comunidade que possam servir de exemplo, que deem carinho, atenção e os ajudem a dirigir-se na vida, é ter alguém para apoiar”, detalha o juiz da Vara da Infância e Juventude, João Carlos Saud Abdala Filho. 

Convidado a falar sobre o programa, o promotor de Justiça da Infância e da Juventude do Distrito Federal e Territórios, Renato Barão Varalda lembrou que vários estados já implantaram o “Caminhos do Afeto”, que tem como princípio a solidariedade. “Já encaminhei os atos normativos dos estados de Pernambuco, Pará, Porto Alegre, São Paulo – Vara de Santo Amaro, Rondônia e Ceará. Trouxe a experiência de vários estados para que através das similaridades seja aplicada em Bebedouro”, enumera o promotor.

Para o promotor da Vara da Infância e Juventude, Herbert Wyllian Vitor Oliveira, o programa é a oportunidade de dar amor e carinho a alguém. “Apadrinhar alguém que hoje, por exemplo, esteja na Casa de Santa Clara ou de Santo Expedito, sem condições de retorno à família natural e não apresentando perfiz para adoção, para colocação em família substituta, ou seja, seria alguém que hoje com 18 anos entraria na vida adulta sem tanto respaldo e que futuramente poderia ser dado por um padrinho ou madrinha interessado em auxilia-lo”, define. 

O prefeito participou do lançamento do programa é disse ser importante vestir, literalmente, a camisa, incentivando pessoas ao apadrinhamento e também apadrinhando. Também participaram do evento os vereadores Fernando Piffer, Sebastiana Tavares, Paulo Bola e o presidente da Câmara, Chanel, que convidou a equipe do TJ para falar na tribuna da Casa.



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