A Prefeitura de Bebedouro, por meio do Depto. de Obras, retirou nos últimos sete meses nas obras de desassoreamento do Lago Artificial, cerca de 3.000 caminhões de resíduos, o equivalente a 15 mil metros cúbicos de sujeira.

A deposição de resíduos se deu ao longo dos anos, aumentada por fortes chuvas, onde estiveram acumulados cada vez mais, areia, lixo e detritos. 

Tudo foi agravado pela falta de manutenção, adiada ano após ano, passando a responsabilidade de um governo para outro. A situação do lago ficou caótica, ocasionando inclusive enchentes catastróficas.

De acordo com Gilmar Feltrin, diretor do Depto. de Obras e do SAAEB, além do desassoreamento ser extremamente necessário para diminuir os impactos das cheias na região Leste (Jardim Laranjeiras e região do Lago), a calha normal do Lago estaria totalmente tomada por materiais sedimentados, oferecendo risco em situações de chuvas intensas por não comportar volumes de água acima de 70 milímetros, podendo inclusive inundar as bombas do reservatório da CAP I do SAAEB, o que deixaria 50% da população sem água. “Estamos trabalhando para que o lago exerça sua função natural, sendo o elemento redutor de força da água nos períodos intensos de chuvas, para prevenir as enchentes e outros problemas”, explica Feltrin.

O processo de desassoreamento consiste em retirar do fundo do lago, através do uso de máquinas, todo tipo de lixo e detritos depositados. Para o trabalho estão sendo usadas duas dragas, duas retroescavadeiras, um trator tipo esteira e seis caminhões basculantes, cedidas através do convênio entre o Depto. de Águas e Energia Elétrica de SP (DAEE) e a Prefeitura Municipal de Bebedouro.

O diretor esclarece que o processo é lento, pois a dificuldade se dá pela movimentação do equipamento em terreno instável. O trabalho está sendo feito em etapas. A primeira fase foi de drenagem, com máquinas retroescavadeiras trabalhando para deixar o terreno apto, com uso de pranchas de madeira, para entrada e saída da máquina que faz o trabalho de retirada dos resíduos de dentro do Lago, até o barranco, vindo a facilitar a operação da draga, mesmo durante o período de chuvas.

A segunda fase do desassoreamento corresponde ao trecho entre a Avenida Donina Valadão Furquim até a Avenida Maria Dias, que aguarda a autorização do DAEE de outorga de Barramento (comporta do Lago) e da CETESB.

O Lago é formado pelos córregos da Consulta e pelo afluente à margem esquerda (córrego que passa no fundo do bairro Jd. Três Marias) e recebe toda água de drenagem da Avenida Amélia Bernadini Cutrale, onde se inicia o processo de deposição e assoreamento da Calha do Lago.

As obras têm previsão de término em de 2 a 3 anos. “Solicitamos paciência e com-preensão, o Lago Artificial sempre foi e continuará sendo um dos cartões-postais de Bebedouro. E ele tem grande relevância para o urbanismo da cidade como espaço de lazer e cultura da população. Após a revitalização, vamos repovoar o lago com peixes nativos”, conclui.